Ambiente é tudo aquilo que está dentro e fora de nós e que, além de simplesmente existir, possui estreita relação de complementaridade e interdependência.
É impossível separar, fragmentar, isolar e ainda assim entender o todo em sua complexidade e harmonia.
É impossível compreender o ambiente como somente a soma das partes, pois delas emerge o improvável, o novo, garantindo adaptação e resiliência.
O ambiente, os ambientes, é e são, é e não são, ao mesmo tempo. Nas palavras de Enrique Leff [1]:
“… la crisis ambiental no es sólo la de una falta de significación de las palabras, la pérdida de referentes y la disolución de los sentidos que denuncia el pensamiento de la posmodernidad: es la crisis del efecto del conocimiento sobre el mundo”.
Apesar de toda a complexidade das teias das vidas e das não-vidas, a nossa falta de conhecimento (e sentimento) sobre o mundo nos leva a simplificar e externalizar os desafios. Fechamos os olhos para o óbvio em prol de um modelo em crise focado no acúmulo e na separação, na geração de diferenças disfarçadas de diferenciais.
Ambiente é prioridade.(Mas não em épocas de crise).
Ambiente é fundamental.(Desde que minhas necessidades estejam satisfeitas).
Ambiente é riqueza.(Que seja a minha).
Mudar paradigmas, acreditar que a exceção pode tornar-se regra, estimular e fomentar que a cooperação e o diálogo são caminhos para a generosidade tem sido o papel escolhido por uma grande quantidade de educadores, ambientais ou não.
Tenho orgulho de fazer parte desse seleto grupo, teimoso por natureza e que acredita que juntos vamos mais longe.
Que o dia do (meio) ambiente não seja apenas mais um, mas que seja de tudo e de todos. Torço que um dia você também junte-se a nós.
[1] Do prólogo do livro Racionalidad Ambiental: La reapropiación social de la naturaleza (2004).
Esse texto foi originalmente publicado no blog Autossustentável, e está disponível no link:
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